Nesta terça-feira (25), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou que os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul são de curto prazo e não devem ser considerados pelo Banco Central na definição da política monetária. A declaração foi dada após a publicação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que decidiu manter a taxa Selic em 10,5% ao ano. Segundo Haddad, a ata está “muito aderente” ao comunicado divulgado na quarta-feira (19), o que ele considera positivo.
O Banco Central, em sua ata, mencionou a preocupação com a inflação de alimentos no curto prazo, agravada pelas enchentes no Rio Grande do Sul, e destacou que “permanecem incertezas sobre a intensidade da queda de atividade e sua recuperação subsequente, bem como sobre a diminuição do estoque de capital, causadas pelas enchentes e inundações”, apresentando um panorama de incertezas que se somam às já elevadas expectativas de inflação, que têm impacto direto no custo de vida da população.
O recente Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, elevou a previsão da inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 3,96% para 3,98% este ano, explicando que o poder de compra dos cidadãos continua sendo corroído, especialmente para aqueles de baixa renda que são mais vulneráveis aos aumentos nos preços dos alimentos.