O Governo Federal anunciou a redução da tarifa de importação para determinados alimentos, como carne, café, açúcar, milho e azeite de oliva, com o objetivo declarado de combater a alta dos preços no país. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) afirmou que a medida entrará em vigor “em poucos dias” e ressaltou que “o governo está abrindo mão de imposto em favor da redução de preço”. No entanto, o impacto real da decisão é questionável, já que os produtos beneficiados representam apenas 1% das importações do Brasil em 2024, segundo levantamento do Poder360.
A medida ocorre em meio à queda da popularidade de Lula (PT), que tem enfrentado dificuldades devido à inflação dos alimentos e à percepção negativa de sua gestão. O anúncio foi feito após uma reunião no Palácio do Planalto com empresários do setor de abastecimento e ministros do governo. Especialistas apontam que, devido à baixa participação desses produtos nas importações totais do país, a isenção tarifária dificilmente terá um efeito significativo sobre os preços para os consumidores.
Além do impacto reduzido, parte dos alimentos contemplados na medida, como carne e café, já são amplamente produzidos no Brasil, o que levanta dúvidas sobre a real efetividade da estratégia para controlar a inflação. O governo, no entanto, aposta na decisão como uma resposta à crise de confiança e ao descontentamento da população com a alta dos preços. Com a política fiscal já pressionada, a renúncia de receita decorrente da isenção pode representar mais um entrave para o equilíbrio das contas públicas.