O governo Lula (PT) e a Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos decidiram reabrir a investigação sobre a morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek, ocorrida em 1976. A medida foi motivada por informações levantadas pelas Comissões da Verdade de São Paulo e de Minas Gerais, que apontam indícios de sabotagem mecânica, intoxicação do motorista ou mesmo um disparo contra o condutor. O caso, que já havia sido analisado por investigações oficiais e comissões parlamentares, será retomado pela nova comissão, que se reúne nesta sexta-feira (14) para formalizar o processo.
Enquanto o governo se empenha em reabrir um caso ocorrido há quase meio século, a investigação sobre o atentado contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) segue sem avanços. O ex-militante do PSOL, Adélio Bispo, que esfaqueou Bolsonaro em 2018 durante um ato de campanha, continua detido na Penitenciária Federal de Campo Grande, enquanto o processo enfrenta impasses jurídicos. A Defensoria Pública da União (DPU) ingressou com pedido na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), alegando omissão do Estado no caso. A transferência do criminoso para Minas Gerais, onde o ataque ocorreu, foi suspensa por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O atentado contra Bolsonaro ocorreu em 6 de setembro de 2018 e, segundo a Polícia Militar de Minas Gerais, Adélio confessou o crime no mesmo dia. No entanto, mesmo após cinco anos, questões importantes sobre o atentado permanecem sem resposta, como a real motivação do crime e possíveis mandantes. Em nota enviada ao g1, a DPU afirmou que a falta de vagas no sistema de saúde não justifica a permanência do agressor em ambiente exclusivamente prisional. Enquanto isso, o governo Lula mantém foco na reabertura da investigação da morte de JK, deixando de lado um crime recente contra um ex-presidente da República.
