O presidente da Argentina, Javier Milei, chega ao fim de seu primeiro ano de mandato destacando uma redução importante na inflação e avanços fiscais que mudaram o cenário econômico do país. Após um início turbulento, marcado por cortes profundos nos gastos públicos e reformas econômicas polêmicas, a inflação mensal caiu de 25,5% em dezembro de 2023 para 2,7% em outubro de 2024. Esse progresso trouxe superávits fiscais inéditos, apesar da recessão e do aumento da pobreza, que agora atinge 53% da população, que enfrenta os efeitos de décadas de socialismo.
As reformas de Milei incluíram cortes em aposentadorias, subsídios e obras públicas, bem como a demissão de 31 mil funcionários públicos, segundo dados oficiais. Embora essas medidas tenham reduzido o peso do Estado, a recessão persiste, com o PIB caindo 3,5% em 2024, segundo o FMI. No entanto, setores como o agro e a exploração de gás em Vaca Muerta mostram sinais de recuperação. Juan Carranza, analista político mencionado pela revista Exame, ressalta que “a Argentina está começando a sair da recessão, mas de forma desigual”.
O governo também promete acabar com as restrições cambiais em 2025, um passo aguardado por investidores brasileiros e estrangeiros. Segundo Luis Caputo, ministro da Economia, a eliminação do “cepo cambial” depende de ajustes nas reservas do Banco Central, atualmente negativas. Caputo afirmou que o processo será cauteloso: “É importante sair do cepo, mas sem gerar estresse na economia”. Enquanto isso, a renegociação com o FMI pode trazer o fôlego necessário para implementar essa mudança sem riscos graves.