Desde que foi criada, em 2008, a chamada fábrica do “chip do boi”, Ceitec (Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada), em Porto Alegre, consumiu quase R$ 800 milhões de investimentos e não faturou nem 10% disso em 15 anos.
Agora o governo de Lula decidiu reativar a estatal, que ficou conhecida pelos prejuízos em série que causou e por erros comerciais. A Ceitec é uma fábrica de semicondutores localizada em Porto Alegre (RS).
A estatal tinha sido liquidada em dezembro de 2020 pelo programa de privatização do governo de Jair Bolsonaro (PL). Mas havia tantos problemas jurídicos na desestatização que o TCU paralisou o processo.
Nos seus 15 anos, a empresa recebeu cerca de R$ 790 milhões. Faturou R$ 64,2 milhões com a venda de semicondutores.
A ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, falou sobre a intenção de retomar a fábrica em uma live com o presidente, em 5 de dezembro. “O chip é usado em toda a cadeia produtiva. Não pode o Brasil ficar fora disso. A gente vai buscar um nicho de mercado, que será o setor automotivo e o setor energético”, afirmou.
A estatal não conseguiu atender nem mesmo a Casa da Moeda, que teve de comprar chips em outro país. O mesmo aconteceu com projetos encomendados pelos Correios e o Ministério da Justiça.
Serão investidos R$ 300 milhões nos próximos 3 anos, de acordo com Henrique de Oliveira Miguel, secretário de Ciência, Tecnologia para Transformação Digital do ministério. “Há uma perspectiva de retorno rápido e de parcerias com o setor privado”, disse. O diretor da fábrica, o engenheiro elétrico Augusto Gadelha, afirma que espera ter lucro num prazo que vai de 5 a 7 anos.