O governo Lula (PT) responsabilizou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela crise relacionada às apostas esportivas (bets), argumentando que a regulamentação deveria ter sido feita durante o mandato anterior. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), ressaltou que a legalização das apostas ocorreu em 2018, no final do governo Michel Temer (MDB), e que a legislação previa que as apostas deveriam ser regulamentadas em até dois anos, prorrogáveis por mais dois. Segundo Haddad, o atraso na regulamentação agravou a situação, que agora o governo atual tenta resolver.
Bolsonaro, no entanto, rebateu as acusações e criticou o governo Lula por, em sua visão, promover a liberação de atividades prejudiciais à sociedade. Em declaração recente, Bolsonaro afirmou que seu governo sempre se opôs à expansão das apostas e que, caso o Congresso aprovasse a regulamentação, ele teria vetado a medida. Para o ex-presidente, as apostas esportivas são um “aperitivo” de um problema maior e têm impactado diretamente as camadas mais vulneráveis da população, especialmente os beneficiários do Bolsa Família. “Quando deixamos o governo, as portas do inferno se abriram”, declarou.
Enquanto o governo Lula busca alternativas para regulamentar e controlar o setor, o petista ressaltou a gravidade da situação, mencionando que muitas pessoas estão se endividando e viciadas nas apostas. Lula afirmou que o tema deve ser tratado como uma “questão de dependência”, comparando o vício em apostas a um problema de Saúde Pública. A reunião com ministros, realizada na quinta-feira (3), discutiu medidas para conter a crise das bets, enquanto o mercado aguarda novas regulações até o final de 2024 para decidir o que fazer com os jogos online.