O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, levantou preocupações sobre a suposta existência de uma “narcomilícia evangélica” durante uma reunião presidida pelo ministro Luís Roberto Barroso na Suprema Corte.
Em entrevista à GloboNews nesta segunda-feira (11), Mendes relatou que durante uma reunião recente, houve discussões sobre a complexa interação entre narcotraficantes, milicianos e membros de comunidades evangélicas no Rio de Janeiro.
“Recentemente, o ministro Luís Roberto Barroso presidiu uma reunião extremamente técnica sobre essa questão, e um dos oradores falou de algo que é raro de se ouvir: uma narcomilícia evangélica, que aparentemente se dá no Rio de Janeiro, onde, portanto, haveria hoje já um acordo entre narcotraficantes, milicianos e pertencentes ou integrados a uma rede evangélica. É algo muito sofisticado”, disse o ministro sem mostrar algum tipo de provas.
Este não é o primeiro momento em que membros do STF abordam questões envolvendo religião e política. Na última sexta-feira (8), o presidente da Suprema Corte, Luís Roberto Barroso, fez declarações sobre o uso da religião na política durante uma palestra na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).
“Precisamos combater a captura da religião para servir a causas políticas temporais e não espirituais, a instrumentalização de líderes religiosos para captar votos e dizer ‘o meu adversário é o demônio, quem votar nele não vai para o céu’. É uma forma bárbara, anticristã, de lidar com a religião”, disse Barroso.