O ex-presidente Fernando Collor de Mello foi preso na madrugada desta sexta-feira (25) em Maceió, Alagoas, tornando-se o terceiro ex-chefe do Executivo brasileiro a ser detido desde a redemocratização, ao lado de Michel Temer (MDB) e Lula da Silva (PT). Segundo sua defesa, a prisão ocorreu enquanto ele se dirigia voluntariamente a Brasília para cumprir decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. O ex-presidente foi levado para a Superintendência da Polícia Federal na capital alagoana.
A ordem de prisão foi determinada após Moraes rejeitar novo recurso da defesa contra a condenação de Collor a oito anos e dez meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso da BR Distribuidora. A denúncia surgiu no âmbito da Operação Lava Jato, a partir da delação do ex-presidente da UTC, Ricardo Pessoa, que detalhou o esquema de favorecimento em contratos. O ministro solicitou sessão extraordinária do STF para referendar a decisão, mas sem impedir a execução imediata da pena.
Além da pena de prisão, Collor foi condenado a pagar R$ 20 milhões em indenizações à União, juntamente com outros réus, e ficou proibido de exercer cargos públicos por tempo equivalente ao dobro da pena. A defesa afirmou que recebeu “com surpresa e preocupação” a ordem de prisão, mas que o ex-presidente se apresentaria espontaneamente.
