A Justiça argentina ordenou o bloqueio dos bens e a quebra do sigilo bancário do ex-presidente Alberto Fernández, em meio a uma investigação sobre uma organização criminosa envolvendo desvio de verbas através de contratos irregulares de seguros para entidades estatais.
Segundo a decisão judicial, um dos investigados é o esposo da ex-secretária do ex-presidente. A suspeita é de que sua ligação possa ter desempenhado um papel preponderante na intermediação de seguros entre as entidades estatais e a empresa seguradora Nación Seguros S.A.
Desde um decreto de dezembro de 2021, durante a administração de Fernández, todas as entidades do setor público foram instruídas a contratar apólices de seguros através da Nación Seguros S.A, com permissão para subcontratações.
Segundo as investigações, os intermediários teriam recebido pagamentos acima do mercado ou sido indicados pelas repartições públicas mediante um processo de seleção irregular, inexistente ou direcionado.
A ordem judicial requer ao Banco Central que bloqueie as contas que Fernández e outras 32 pessoas ou empresas possam ter em diferentes instituições bancárias, além de determinar a quebra do sigilo bancário.
Fernández, que governou a Argentina de 2019 a 2023, nega qualquer envolvimento em esquemas de corrupção. Em uma entrevista à Radio La Red, em fevereiro, ele afirmou: “Faço da honestidade um culto. Não roubei nem participei de nenhum esquema, nem autorizei nenhum esquema”. O ex-presidente também afirmou ser razoável que o caso seja investigado diante das denúncias.