O presidente Joe Biden deu sinal verde para a libertação do empresário colombiano Alex Saab, figura-chave acusada de ser o principal lavador de dinheiro de Nicolás Maduro. A liberação, autorizada na quarta-feira, é relatada como parte de um acordo de troca de prisioneiros com o governo da Venezuela.
Saab, de 51 anos e íntimo associado de Maduro, é acusado de ser o cérebro financeiro dos esquemas de lavagem de dinheiro do governo socialista.
Saab foi detido pelos americanos em Cabo Verde em 2020, após uma acusação do Departamento de Justiça em 2019 por lavar US$ 350 milhões dos fundos estatais da Venezuela por meio de um esquema de suborno envolvendo contratos duvidosos de habitação acessível.
A troca envolve a liberação de “alguns, se não todos”, dos aproximadamente 12 cidadãos americanos atualmente detidos na Venezuela. Reportagens de Reuters, todavia, sugerem que Maduro libertará um total de 36 indivíduos, incluindo 12 cidadãos americanos e outros quatro presos em uma recente repressão a dissidentes do governo.
O governo Biden já libertou os sobrinhos condenados de Maduro por tráfico de drogas, conhecidos como os “narco-sobrinhos”, como parte de um acordo de troca de prisioneiros diferente. Além disso, os EUA recentemente concederam ao governo de Maduro alívio nas sanções de petróleo e gás, apesar das preocupações com o comprometimento dos socialistas em realizar uma eleição presidencial genuína em 2024.
A conexão de Alex Saab com o controverso programa CLAP do chavismo (o bolsa família venezuelano), que fornece caixas mensais de alimentos subsidiados a venezuelanos em extrema pobreza, adiciona outra camada à situação complexa. O empresário era responsável pela rota de narcotráfico e lavagem, onde o dinheiro da droga vendida nos EUA entrava ao mercado financeiro através de Costa Rica e chegava em contas pessoais de Diosdado Cabello, o número dois do chavismo, e Tareck El-Aissami, agora preso pelo próprio chavismo por ter roubado 3 bilhões de dólares.
Apesar da gravidade da situação, nem a Casa Branca nem o regime de Maduro emitiram uma declaração pública sobre o assunto. Esta ação ocorre em meio a extensas campanhas nacionais e internacionais do regime de Maduro para garantir a liberação de Saab, utilizando eventos diplomáticos, concertos musicais e campanhas de mídia social retratando-o como um herói na “resistência” da Venezuela contra os Estados Unidos.
