O Estado Islâmico reivindicou oficialmente o atentado com bomba que matou 84 pessoas em Kerman, Irã, na quarta-feira passada, segundo uma postagem na conta oficial do grupo terrorista no Telegram.
No Telegram, o grupo chamou de “operação de duplo martírio” e descreveu como dois militantes se aproximaram de uma cerimônia comemorativa no túmulo do general de divisão Qassim Suleimani e detonaram cintos explosivos amarrados aos seus corpos “perto do túmulo do líder hipócrita”, referindo-se ao general Suleimani.
O general, um líder militar e de segurança iraniano foi assassinado há quatro anos em um ataque de drone dos Estados Unidos.
O comunicado identificou os dois assassinos como Omar al-Mowahid e Sayefulla al-Mujahid.
A reivindicação do Estado Islâmico é só confirmação do trabalho de inteligência dos Estados Unidos, que indicaram que provavelmente estes terroristas executaram o ataque.
Alguns líderes iranianos inicialmente pareciam culpar Israel pelo ataque, alimentando temores de que a guerra em Gaza, onde Israel está combatendo o Hamas, um aliado palestino do Irã, se ampliasse para um conflito regional.
O atentado no Irã sugere um ressurgimento do grupo, que foi dizimado por anos de ataques dos Estados Unidos e da Rússia.
Autoridades americanas afirmaram que é improvável que a intenção do Estado Islâmico seja culpar Israel pelos bombardeios ou desencadear uma guerra mais ampla. Em vez disso, provavelmente estão aproveitando a oportunidade para atingir Irã, considerado um inimigo pelo Daesh (termo usado para se referir ao ISIS).
O Irã realizou um dia nacional de luto na quinta-feira para homenagear as vítimas das duas explosões, que ocorreram não apenas em um momento tenso no Oriente Médio, mas também em um dia simbólico para alguns iranianos: o quarto aniversário da morte do general Suleimani.
O ministro do Interior, Ahmad Vahidi, afirmou que o número de mortos pelos dois explosivos foi de 84, segundo o jornal semi-estatal Tasnim.