O governo da Espanha anunciou na segunda-feira que planeja instar à União Europeia a suspender as sanções impostas à Venezuela, liderada por Nicolás Maduro, como resposta à decisão do presidente americano, Joe Biden, de fazer o mesmo.
A administração Biden anunciou na semana passada que suspenderia todas as sanções relacionadas ao petróleo e ao gás no governo de Nicolás Maduro, permitindo que a Petróleos de Venezuela (PDVSA), a empresa estatal de petróleo, comercialize abertamente no mercado global. Essa medida permitirá a Maduro a oportunidade de exportar petróleo venezuelano para os mercados americanos, competindo com os produtores locais.
O governo iraniano recentemente assinou um acordo com o regime de Maduro e o aliado mútuo Bashar al-Assad da Síria, para construir uma nova refinaria de petróleo na cidade síria de Homs; o Irã também assinou acordos para ajudar a PDVSA a reabilitar suas refinarias de petróleo abandonadas, o que provavelmente beneficiará tanto o Irã quanto a Venezuela.
O Ministro de Assuntos Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, não abordou a relação entre o governo venezuelano e atores maliciosos no Oriente Médio (que se beneficiariam do enriquecimento do governo de Maduro) durante suas declarações na segunda-feira, nas quais ele disse que havia pedido a seus colegas da União Europeia que apoiassem o levantamento das sanções a Caracas.
“Eu pedi aos meus colegas que estudem a revisão das sanções da UE à Venezuela”, citou a agência de notícias espanhola EFE a Albares, “de acordo com as recentes decisões dos Estados Unidos e a evolução positiva no diálogo entre os venezuelanos”.
Essas declarações foram feitas após uma reunião dos ministros das Relações Exteriores da União Europeia em Luxemburgo. Albares afirmou que o Alto Representante da União Europeia para Política Externa, Josep Borrell, mostrou interesse na ideia, mas que ela terá que esperar até a próxima reunião ministerial da UE, marcada para 13 de novembro. As atuais sanções da União Europeia à Venezuela expiram em 14 de novembro.