A falta das insulinas humanas NPH e regular no programa Farmácia Popular ameaça a vida de dois milhões de brasileiros que dependem do medicamento para controlar o diabetes. Essas são as únicas opções gratuitas oferecidas pelo programa em farmácias privadas, e a escassez tem sido atribuída à falta de insumos em laboratórios, conforme relatado pelo farmacêutico Wilson Viegas, ouvido pela Band News. Apesar de alertas de fabricantes e entidades médicas, o governo federal não disponibilizou alternativas para substituir as insulinas em falta.
A situação obriga pacientes a buscar insulina gratuita nos postos de saúde do SUS ou a comprar versões mais caras, que podem chegar a R$ 150 por mês. Segundo Solange Travassos, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, a crise poderia ter sido evitada com planejamento. “Poderia ter sido feito um plano para incluir outras insulinas, e os médicos e pacientes teriam tempo para ajustar o esquema de tratamento”, afirmou Travassos, reforçando a necessidade de ação governamental para evitar a descontinuidade no tratamento.
O Ministério da Saúde reconheceu dificuldades para adquirir insulina, com quatro pregões fracassados ou parcialmente bem-sucedidos desde dezembro de 2023, segundo Rafael Poloni, coordenador-geral da Assistência Farmacêutica Básica. Apesar de afirmar que o abastecimento das farmácias públicas não foi comprometido, usuários relatam escassez em diversos pontos do país.