O Banco Central começou a semana com a injeção de US$ 4,6 bilhões no mercado de câmbio em dois leilões de dólares. Em um deles, o BC vendeu US$ 1,6275 bilhão – foi o maior valor injetado pela autoridade monetária no mercado em um único leilão à vista desde 10 de março de 2020, quando foram vendidos US$ 2 bilhões. Em seguida, o banco vendeu US$ 3 bilhões com compromisso de recompra, no chamado leilão de linha.
Esse tipo de movimentação ocorre com o claro objetivo de diminuir a cotação da moeda, seguindo a lei da oferta e demanda. Em menos de 10 dias, o BC já realizou quatro intervenções. Tal ação mais agressiva no mercado foi vista pela última vez somente durante a pandemia da Covid-19, em um momento de grande volatilidade da moeda norte-americana.
No início do mês de dezembro, o diretor de Política Monetária e futuro presidente do banco, Gabriel Galípolo, chegou a afirmar que “tem US$ 370 bilhões de reserva, por que não segura no peito? Mas quem está no mercado sabe que não é assim que funciona”.
Pelo visto, nem mesmo o escolhido por Lula para comandar a instituição imaginava um cenário de tamanha tensão pela frente.