Lula da Silva (PT) reagiu neste sábado (9) às declarações do vice-secretário do Departamento de Estado dos EUA, Christopher Landau, que acusou o ministro Alexandre de Moraes, do STF, de comprometer a relação bilateral. Em nota divulgada pelo jornal Poder360, recebida do Planalto, o governo classificou a manifestação como um “novo ataque frontal à soberania brasileira” e disse ter registrado protesto formal junto à Embaixada norte-americana. A crítica de Landau foi publicada no X, a mando do presidente dos EUA, Donald Trump, e reiterada oficialmente pela representação diplomática em Brasília.
A mensagem norte-americana questiona a atuação de Moraes e afirma que Executivo e Legislativo brasileiros se mostram “impotentes para agir” diante das decisões do magistrado. O texto de Landau aponta que, sem possibilidade de negociar com o Judiciário, os EUA se veem “em um beco sem saída” nas tratativas com o Brasil. A publicação ocorre em meio à tensão gerada pelo tarifaço de 50% anunciado por Trump contra produtos brasileiros, medida que condiciona o recuo à suspensão do processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no STF.
Além das críticas, Washington já impôs sanções contra Moraes com base na Lei Magnitsky, incluindo o cancelamento de seu visto de entrada nos EUA. Lideranças da oposição sinalizam que novas medidas podem atingir familiares do ministro e outras autoridades brasileiras que defendem suas decisões. Internamente, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), disse que a fala de Landau representa “gravíssima ofensa” e responsabilizou a família Bolsonaro pela crise diplomática, relacionando-a ao episódio de 8 de janeiro. Até o momento, não há sinais de que os dois governos retomem diálogo em alto nível.