Economistas da Warren Investimentos ouvidos pelo Estadão alertam que a dívida bruta do governo federal deverá atingir 95% do PIB até 2033, caso não sejam implementadas reformas fiscais estruturais nos próximos anos. Atualmente em 74,4% do PIB, a dívida deve subir mais 20 pontos percentuais, levando a ajustes fiscais severos a partir de 2026. Felipe Salto, economista-chefe, afirmou que o governo Lula (PT) optou por uma política fiscal básica, o “feijão com arroz”, o que posterga as soluções de longo prazo, mas agrava a situação fiscal para governos futuros.
Os analistas consideram que a situação fiscal do Brasil piora devido à recente revisão das taxas de juros, exacerbada pela própria fragilidade das contas públicas. Salto e Josué Pellegrini argumentam que o governo Lula está trocando um ajuste fiscal moderado agora por um muito mais difícil no futuro. Segundo eles, embora a meta fiscal de 2024 ainda possa ser cumprida, ela dependerá de receitas atípicas, que são improváveis de se repetir nos próximos anos.
Além disso, o relatório divulgado pelo Tesouro Nacional aponta que a dívida pública federal alcançou R$ 6,7 trilhões em abril de 2024, um aumento de 0,99% em relação ao mês anterior. O governo federal tem mantido uma reserva de liquidez de R$ 884,5 bilhões, o que garante o pagamento das dívidas por pelo menos oito meses, mas essa reserva também registrou uma queda de 16% em comparação ao ano anterior.