Dirigentes investigados por fraudes no INSS recebiam Bolsa Família, aponta PF

Redação 011
2 Min
Governo Lula apresenta cortes no Bolsa Família, impactando sua própria base eleitoral
foto: Lyon Santos/ MDS

A Polícia Federal identificou que presidentes de entidades associativas envolvidas em fraudes bilionárias contra beneficiários do INSS estavam inscritos em programas sociais como Bolsa Família, CadÚnico e Auxílio Brasil. O inquérito aponta que cinco dirigentes de associações como AAPB, ABSP/AAPEN e UNIVERSO acumulavam cargos gerenciais enquanto declaravam renda per capita de até R$ 1.320, o que colocaria em dúvida a capacidade técnica e a legitimidade de sua atuação à frente dessas organizações. “O que indicaria situação de pobreza e de vulnerabilidade e eventual comprometimento do desempenho de funções gerenciais”, diz o documento da PF.

As investigações também revelam que os presidentes dessas entidades apresentavam perfis incompatíveis com a responsabilidade que exerciam: idade avançada, aposentadoria por incapacidade, baixa escolaridade, ausência de vínculo empregatício e nenhuma experiência administrativa anterior. Apesar de não haver impedimento legal para que pessoas com esse perfil assumam cargos, o relatório enfatiza que gerir entidades de alcance nacional, com atuação em mais de 4.000 municípios, exige um grau de articulação e esforço incompatível com as limitações observadas. A PF ainda apontou suspeitas de que as entidades sequer tinham estrutura operacional para processar filiações e prestar os serviços prometidos.

Mais de dois terços das vítimas dos descontos indevidos em benefícios do INSS são aposentados moradores da zona rural, segundo a CGU e a PF. Esse grupo, além de enfrentar dificuldades de acesso à internet e mobilidade, foi alvo preferencial das associações, o que, segundo os auditores, expõe uma atuação deliberada sobre populações mais vulneráveis. Entre os prejudicados, há também pessoas com deficiência, doenças graves, indígenas e analfabetos. Os prejuízos somam R$ 2,87 bilhões na área rural e R$ 1,41 bilhão na urbana, evidenciando uma estrutura de fraude de proporção nacional, alimentada por falhas graves de controle dentro do INSS.

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