Uma reportagem investigativa aponta que o gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, teria vasculhado as redes sociais de presos do 8 de janeiro e usado postagens anteriores a essa data no processo sobre o caso – essas publicações também teriam servido de base para decidir se os envolvidos nos atos deveriam ou não continuar presos. A matéria jornalística foi produzida pelos jornalistas David Ágape e Eli Vieira e publicada no Public, site de Michael Shellenberger, autor do Twitter Files Brazil.
Depois de toda a confusão na época em Brasília, os manifestantes foram todos conduzidos de volta para um acampamento em frente a um Quartel General. Mas no dia seguinte, as cerca de 1.200 pessoas foram presas. Segundo o texto, foi preciso então justificar a manutenção dessa medida. Daí, o ministro Alexandre de Moraes determinou que fossem vasculhados o passado recente de cada um dos detidos, classificados então com certidões negativas (‘perfil ok’) e positivas (‘perfil suspeito’).
Seguindo o código de ética que rege os profissionais da notícia, Ágape e Vieira procuraram o Supremo, o Tribunal Superior Eleitoral, a Procuradoria Geral da República, o Exército, além de Moraes e pessoas citadas em prints de grupos de WhatsApp. É preciso sempre ouvir os dois lados, mas não houve absolutamente nenhuma resposta dos citados até a publicação.