O governo da Costa Rica ofereceu asilo político a Edmundo González Urrutia, o “presidente eleito” da Venezuela, e à chefa de campanha María Corina Machado, em resposta à perseguição política promovida pelo regime de Nicolás Maduro. Machado, porém, agradeceu o gesto, mas reiterou que continuará lutando pelos resultados das eleições presidenciais de 28 de julho. Segundo ela, “a prioridade é a proteção dos nossos colaboradores asilados e a continuidade da nossa luta junto ao povo”.
O chanceler da Costa Rica, Arnoldo André, anunciou o oferecimento de asilo em um vídeo, destacando que há ordens de captura contra os líderes da chapa opositora na Venezuela. Ele também estendeu o convite a outros perseguidos políticos no país, incluindo aqueles abrigados na Embaixada da Argentina em Caracas. A oferta de asilo ocorre em um contexto de repressão brutal, com relatos de violência contra manifestantes que contestam o resultado oficial das eleições, que declararam Maduro vencedor com 51,2% dos votos, apesar de contagens independentes apontarem vitória de González com aproximadamente 70% dos votos .
A crise na Venezuela ganhou nova dimensão internacional após o governo de Costa Rica, juntamente com Argentina, Chile, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai, denunciar como fraudulento o resultado do processo eleitoral. Em retaliação, o governo de Maduro expulsou diplomatas desses países, classificando o ato como “injerencista”. Desde 2020, a Costa Rica já havia suspendido relações diplomáticas com a Venezuela, mantendo apenas atividades consulares através de seus consulados no Panamá e na Colômbia .