O governo Lula (PT) enfrenta uma crise com os produtores de arroz devido à possibilidade de importar o grão, mesmo após suspeitas de corrupção no último leilão realizado para essa finalidade. O Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) confirmou à CNN que a compra de arroz do exterior ainda está sendo avaliada para conter os preços altos. No entanto, essa medida gerou descontentamento entre os produtores, especialmente no Rio Grande do Sul, que concentra 70% da produção nacional.
A situação se complicou após a suspensão do leilão por irregularidades, resultando em demissão na administração federal. Produtores rurais do Rio Grande do Sul, afetados por uma seca em 2022 e enchentes em 2023, planejam uma manifestação em Porto Alegre no dia 19 de julho para pedir ajuda financeira, crédito e mais prazo para pagar suas dívidas. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT), pediu aos produtores que reduzam o preço do arroz, afirmando que o governo estimulará a produção do grão em todo o território nacional.
O programa “Arroz da Gente”, parte do Plano Safra, foi anunciado para oferecer linhas de crédito e incentivar o plantio do arroz por pequenos produtores na safra 2024/2025. Entretanto, o setor agrícola criticou o leilão, alegando que a importação é desnecessária e prejudicaria os produtores locais já afetados pelas adversidades climáticas. Segundo Gedeão Silveira Pereira, presidente da Farsul, “o leilão nunca deveria ter existido” e que a safra gaúcha tem capacidade de abastecer o país sem a necessidade de importação.