O governo da China informou nesta sexta-feira (2) que está avaliando a possibilidade de iniciar negociações com os Estados Unidos para discutir a redução das tarifas comerciais impostas pelo presidente Donald Trump. A movimentação ocorre após semanas de alta tensão entre os dois países e em meio ao agravamento da situação econômica interna chinesa, marcada por instabilidade nos mercados e pressão sobre exportações. Segundo o Ministério do Comércio chinês, houve contatos recentes por parte de autoridades norte-americanas com o objetivo de viabilizar um acordo.
Apesar do gesto de aparente abertura, o tom do governo de Xi Jinping permanece crítico em relação à administração norte-americana. O porta-voz do ministério chinês afirmou que “a guerra tarifária e a guerra comercial foram iniciadas unilateralmente pelos EUA”, e que a Casa Branca precisa demonstrar “sinceridade” caso queira avançar nas conversas. A declaração reforça o posicionamento oficial de Pequim, que até então negava qualquer tratativa formal em andamento, versão que foi confirmada por Jamieson Greer, representante comercial dos EUA.
A recente escalada do conflito teve início com o anúncio de tarifas de 34% por parte de Donald Trump sobre produtos chineses, seguido por retaliações de igual magnitude por Pequim. Atualmente, as tarifas totais americanas atingem 145%, enquanto a China impôs 125% sobre itens importados dos EUA. O impasse alimenta temores de recessão global e relembra as décadas de rivalidade entre as duas maiores economias do mundo, marcada por interesses econômicos divergentes, tensões geopolíticas e um histórico de confrontos ideológicos.