Em uma exibição de força e advertência contundente, a China iniciou nesta quinta-feira (23) dois dias de exercícios militares ao redor da ilha de Taiwan, em retaliação aos “atos separatistas” após a posse do novo presidente taiwanês, Lai Ching-te.
Os exercícios começaram nas primeiras horas da manhã, com aeronaves e navios militares chineses posicionando-se ao redor de Taiwan para testar suas capacidades de combate, conforme anunciou o Exército Popular de Libertação da China.
Descrevendo as manobras como uma “advertência séria” aos “independentistas” taiwaneses, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, afirmou que aqueles que buscam a independência da ilha acabarão “ensanguentados”.
A Guarda Costeira de Taiwan também intensificou suas operações, monitorando de perto os movimentos nas águas circundantes e afirmando sua determinação em defender a “soberania e segurança do país com uma atitude firme”.
Em imagens divulgadas pela Guarda Costeira taiwanesa nas redes sociais, oficiais foram vistos ordenando, via alto-falante, que os navios chineses se retirassem imediatamente das águas taiwanesas, alegando que suas ações ameaçavam a segurança e a ordem do país.
Os exercícios, realizados no Estreito de Taiwan e nas áreas ao norte, sul e leste da ilha, foram descritos pela agência oficial de notícias chinesa Xinhua como um “forte castigo pelos atos separatistas das forças de independência de Taiwan”.
As relações entre Pequim e Taipé deterioraram-se significativamente desde que Tsai Ing-wen assumiu a presidência de Taiwan em 2016. Tsai, assim como seu sucessor Lai, é uma defensora fervorosa do modelo democrático da ilha. Pequim intensificou a pressão militar, diplomática e econômica sobre Taiwan, que possui um governo, exército e moeda próprios, mas é amplamente não reconhecida internacionalmente.