A Rússia afirmou nesta sexta-feira (1) que está à beira de um confronto militar direto com os Estados Unidos, independentemente de quem vença as eleições presidenciais norte-americanas. A declaração foi feita pelo ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, em entrevista ao jornal turco Hurryet, onde ele destacou que as tensões entre os dois países atingiram níveis críticos. Lavrov atribuiu a escalada à administração do presidente Joe Biden, que, segundo ele, “levou ao limite a espiral de russofobia nos Estados Unidos”, colocando as duas nações à beira do conflito direto.
De acordo com Lavrov, o resultado da eleição americana, seja com a vitória de Donald Trump ou Kamala Harris, não mudará a postura hostil dos EUA em relação à Rússia. “Não temos nenhuma preferência. Quando a administração Trump estava no poder, adotou o maior número de sanções antirrussas em comparação aos seus antecessores”, afirmou o chanceler. Ele acrescentou que a Rússia não acredita que a inclinação antirrussa dos EUA se altere com o próximo governo, sugerindo que o impasse entre os países continuará no cenário global.
Além das tensões com os EUA, a Rússia estreitou laços militares com a Coreia do Norte, aumentando a pressão sobre Washington. A Duma russa aprovou recentemente o Tratado de Associação Estratégica Integral entre os dois países, estabelecendo que, em caso de agressão armada por parte de um terceiro Estado, ambos prestarão “assistência militar imediata” um ao outro, reforçando as preocupações do Ocidente, enquanto a Ucrânia intensifica sua cooperação com a Otan.