Apesar da escalada nas tensões tarifárias entre Estados Unidos e China, a Casa Branca deu sinais de que está disposta a negociar um acordo com o governo de Xi Jinping. A declaração veio do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, que afirmou nesta segunda-feira (14) que uma saída deverá ser encontrada “em algum momento”, já que as tarifas atuais “não são sustentáveis para nenhum dos países”. O aceno ocorre mesmo após o presidente Donald Trump denunciar que Pequim e Hanói (Vietnã) estão se articulando para prejudicar os norte-americanos.
As tarifas entre os dois países atingiram patamares extremos nas últimas semanas: Washington impõe uma taxa de 145% sobre produtos chineses, enquanto Pequim respondeu com uma tarifa de 125%. Apesar da retórica agressiva de Trump, que acusou a China e o Vietnã de se unirem para “ferrar com os EUA”, ele reiterou manter boa relação com o presidente chinês: “Eu gosto dele e ele gosta de mim, eu acho”, disse. Trump tem diferenciado o tratamento a outras regiões, como Japão e União Europeia, a quem concedeu alívios tarifários, ao contrário do Brasil.
O governo chinês, por meio de seu principal jornal oficial, o Diário do Povo, reagiu afirmando que a economia do país está preparada para enfrentar as pressões de Trump. Citando Xi Jinping, o editorial reforçou a resiliência do país: “A economia chinesa é um oceano, não um pequeno lago”. O texto ainda sugere que as barreiras dos EUA estão acelerando a independência tecnológica e a diversificação de mercados da China. Apesar do discurso de resistência, o próprio jornal reconhece que as exportações do país serão afetadas no curto prazo.
