A gestão de Roberto Campos Neto no Banco Central foi marcada por avanços, como a criação do Pix, a implantação da autonomia do BC e a redução histórica da Selic para 2% durante a pandemia. Em seu último ato como presidente da instituição, ele presidirá nesta quarta-feira (11) a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que deve decidir por um novo aumento na taxa básica de juros, atualmente em 11,25% ao ano. A expectativa do mercado varia entre uma alta de 0,75 e 1 ponto percentual.
O encontro ocorre em um momento de transição no Banco Central, com a saída de outros três diretores indicados por Jair Bolsonaro (PL) e a futura predominância de nomes ligados ao governo de Lula da Silva (PT). Gabriel Galípolo, indicado por Lula para presidir o BC em 2025, terá um papel central na reunião, marcando o início de uma nova fase para a instituição. Campos Neto destacou que as decisões do Copom sempre tiveram como prioridade a credibilidade e a estabilidade econômica, em meio a um cenário global de alta inflação e incertezas fiscais.
Indicando que seu mandato buscou uma abordagem técnica, Campos Neto defendeu a independência da política monetária: “Nossa missão é garantir que o BC continue sendo uma âncora para a economia, independentemente das mudanças no cenário político.” Sua gestão será lembrada não apenas pelos problemas enfrentados, como a alta inflação pós-pandemia, mas também pelos avanços na modernização dos meios de pagamento e no fortalecimento da governança do Banco Central.