O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira (20), durante o evento Macro Day, organizado pelo BTG Pactual, que espera que seu sucessor na instituição seja avaliado por suas decisões técnicas, e não por alinhamentos políticos. Ele reiterou que, mesmo após a mudança de comando, o BC manterá seu foco em decisões técnicas, como a manutenção ou elevação da taxa de juros, para garantir o controle da inflação, independentemente de pressões políticas.
Campos Neto, indicado ao cargo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), destacou que a construção da credibilidade da instituição é um processo contínuo e de longo prazo, que não depende de uma ou duas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom). “A credibilidade não se conquista de um dia para o outro”, declarou ele, frisando que a proximidade com o governo e parlamentares é necessária, mas não deve comprometer a autonomia do BC. Essa independência tem sido questionada por aliados de Lula (PT), que criticam a gestão atual por manter a taxa básica de juros elevada.
Além disso, Campos Neto comentou que está comprometido em garantir uma transição suave para seu sucessor, que deverá ser indicado pelo governo Lula. O nome mais cotado é Gabriel Galípolo, atual diretor de política monetária do BC e ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda. Galípolo tem obtido boa aceitação no mercado financeiro por suas declarações alinhadas à atual política monetária. Campos Neto revelou ainda que pretende deixar a vida pública ao final de seu mandato e se dedicar ao setor privado, onde acredita poder contribuir com sua experiência em finanças e tecnologia.