O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou no sábado (15), durante live no Brazil Talking News, que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) teria recebido recursos financeiros do exterior para influenciar o resultado das eleições de 2022. Segundo Bolsonaro, esses valores teriam sido utilizados para alterar a votação entre os jovens, favorecendo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), declarado presidente. Ele questionou a lisura do pleito, alegando que “o TSE arranjou dois milhões de votos” nessa faixa etária, o que representaria a diferença que teve para o petista no segundo turno.
As declarações de Bolsonaro ganham novo contexto após Elon Musk, chefe do Departamento de Eficiência Governamental dos EUA, declarar em 12 de fevereiro que o chamado “deep state” americano financiou a eleição de Lula. O termo é utilizado para descrever setores que atuariam dentro do Estado sem legitimidade formal. Musk não apresentou provas, mas sua fala intensificou debates sobre possível interferência externa no pleito brasileiro. O ex-funcionário do Departamento de Estado dos EUA, Michael Benz, reforçou a tese, afirmando que Bolsonaro “ainda seria presidente” se a Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) não tivesse financiado programas relacionados ao monitoramento de informações.
Aliados de Bolsonaro defendem a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o repasse de recursos da Usaid no Brasil e suas consequências no processo eleitoral. Parlamentares de oposição ao governo Lula alegam que a agência americana pode ter financiado ONGs e veículos de comunicação que atuaram para enfraquecer a candidatura de Bolsonaro. “Transparência e soberania não podem ser negociadas”, afirmou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), ao defender uma investigação aprofundada sobre a atuação dessas organizações no país.
