Durante ato realizado neste domingo (29) na Avenida Paulista, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sinalizou um novo foco político para 2026: a conquista da maioria no Congresso Nacional. Inelegível até 2030, Bolsonaro afirmou que não precisa voltar à Presidência para influenciar o destino do país. “Me deem 50% da Câmara e do Senado que eu mudo o destino do Brasil, nem preciso ser presidente”, declarou. A fala expôs uma estratégia de bastidor: usar sua popularidade para eleger aliados e controlar a agenda legislativa.
Ao lado de apoiadores, Bolsonaro reforçou que, mesmo fora da disputa presidencial, poderá atuar como figura central do PL. O partido, inclusive, já prepara pesquisas internas para medir a rejeição e o potencial de nomes próximos ao ex-presidente, como Michelle Bolsonaro (PL) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP). “Valdemar me mantendo presidente de honra do PL, nós faremos isso por vocês”, disse, referindo-se ao presidente da sigla, Valdemar Costa Neto.
A manifestação também teve tom de protesto contra o Supremo Tribunal Federal, especialmente em relação ao inquérito sobre a suposta tentativa de golpe. Bolsonaro chamou o processo de “fumaça de golpe” e insinuou perseguição política: “Não quero crer que seja vingança de uma pessoa ou de outra”. O ex-presidente ainda afirmou que o controle do Congresso permitirá ao bolsonarismo influenciar sabatinas, decisões estratégicas e pautas prioritárias no Legislativo, mesmo sem que ele seja presidente.