O Banco do Brasil acionou a Advocacia-Geral da União após identificar publicações que, segundo a instituição, ameaçam a estabilidade do sistema financeiro nacional. A denúncia aponta diretamente o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que afirmou que o banco “será cortado das relações internacionais, o que o levará à falência”. A declaração foi feita em vídeo publicado no YouTube, e o BB considera que esse tipo de conteúdo promove pânico bancário e pode comprometer a ordem econômica. A instituição também citou outros nomes ligados à direita, como Gustavo Gayer (PL-GO) e o advogado Jeffrey Chiquini.
A reação do banco ocorre em meio à aplicação da Lei Magnitski pelos Estados Unidos, que impôs sanções ao ministro Alexandre de Moraes. Como consequência, o Banco do Brasil bloqueou o cartão de bandeira americana do magistrado e ofereceu outro, da bandeira Elo. A medida visa proteger a subsidiária BB Americas, que está sujeita às normas da OFAC. Diante das possibilidades de prejuízo financeiro à empresa estatal, o empresário Otávio Fakhoury, em publicação nas redes sociais, afirmou que “desafiar o sistema financeiro dos EUA tem um preço altíssimo”, destacando que o sistema bancário americano é estruturado para punir qualquer entidade que viole suas diretrizes internacionais.
O BB argumenta que as publicações de parlamentares e influenciadores conservadores sobre a Lei Magnitski geram desinformação e colocam em risco a credibilidade do sistema bancário. Em nota, a autarquia criticou o surgimento de “especialistas em Magnitski formados em redes sociais”, em referência aos conteúdos publicados. A instituição teme que sanções secundárias possam atingir diretamente suas operações internacionais, especialmente nos Estados Unidos, e reforça que a disseminação de supostas fake news pode configurar crime contra a soberania nacional.
