Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (2) que carnes de cortes nobres podem ser taxadas, enquanto as carnes mais populares deveriam ser isentas de impostos. Durante uma entrevista à Rádio Sociedade, em Salvador, Lula destacou: “Eu acho que temos que fazer uma diferenciação. Você tem carne chique, de qualidade, que o cara que consome pode pagar um impostozinho. E você tem a carne que o povo consome. Frango, por exemplo, não precisa ter imposto. Faz parte do dia a dia do brasileiro.”
No entanto, a declaração de Lula contrasta com suas falas durante a campanha eleitoral de 2022, quando afirmou que a picanha não era um corte nobre, mas sim um alimento acessível ao povo. “Vamos voltar a reunir as famílias no domingo e fazer um churrasquinho. E vamos comer uma fatia de picanha com uma gordurinha passada na farinha e tomar uma cerveja gelada. O povo entra em delírio porque é isso o que o povo quer”, disse Lula na época. Essa visão é questionada por especialistas do setor, como o site Açougue Completo da Frigol, que descreve a picanha como um dos cortes nobres de maior prestígio, valorizada por sua capa de gordura e sabor único.
Além da discussão sobre a taxação de carnes, o petista também comentou sobre a alta do dólar, sugerindo que há um suposto interesse especulativo contra o real. Lula evitou detalhar suas medidas para combater a valorização da moeda americana, afirmando que discutirá o assunto em Brasília. “Precisamos fazer alguma coisa, mas não posso dizer o que, porque senão estarei alertando meus adversários”, comentou.