Em um evento promovido pela Apex Brasil, o presidente Lula (PT), disse estar comprometido com a estabilidade fiscal, em um contexto de debates em torno da viabilidade da meta de zerar o deficit nas contas públicas até 2024. No entanto, as palavras do presidente levantam interrogações acerca do rumo que seu governo está tomando, sobretudo quando não há consenso claro entre o governo e seu gabinete em relação às políticas públicas.
Lula enfatizou o apoio ao investimento público e à manutenção do atual tamanho do Estado, argumentando que o governo não deve promover cortes, mas sim incentivar o setor privado a ampliar seus investimentos no país. Essa posição, segundo analistas, suscita preocupações quanto à capacidade do governo de controlar o deficit, especialmente após o presidente ter reconhecido que será “difícil” cumprir a meta de zerá-lo no próximo ano.
Além disso, a proposta do presidente de não alienar ativos estatais realça a inclinação do governo a manter um alto nível de intervenção na economia, algo que pode ser encarado com ceticismo por parte dos defensores de um mercado mais livre e competitivo. Ainda, a convocação de Lula para o estabelecimento de uma meta ousada no comércio exterior suscita questionamentos sobre a influência do Estado na economia e sua potencial interferência nas atividades do setor privado.