O estado de saúde de Lula da Silva (PT), trouxe apreensão ao governo federal e mobilizou ministros e assessores após ele ser submetido a uma cirurgia de emergência na madrugada desta terça-feira (10). O procedimento, realizado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, drenou um hematoma intracraniano causado por uma queda doméstica sofrida em outubro, no Palácio da Alvorada. “Todo mundo preocupado”, comentou um ministro ao site R7. Lula foi transferido de Brasília para São Paulo em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) após uma ressonância magnética indicar a gravidade da hemorragia.
A cirurgia, considerada comum na neurologia, envolveu a perfuração de dois pequenos orifícios no lado esquerdo do crânio para introdução de um cateter e uma câmera, permitindo a completa drenagem do hematoma. O petista permanece na UTI, onde deve ficar por pelo menos 48 horas, com um dreno na cabeça por até três dias para evitar complicações adicionais. Segundo o médico Roberto Kalil Filho, que acompanha Lula há mais de duas décadas, o procedimento não causou lesões cerebrais, e a expectativa é de uma recuperação sem sequelas. Durante todo o processo, a primeira-dama Janja da Silva acompanhou de perto o paciente, permanecendo ao seu lado até a entrada no centro cirúrgico e visitando-o na manhã desta terça-feira.
Enquanto Lula se recupera, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) assumiu interinamente a agenda presidencial, o que inclui reuniões bilaterais com o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, em Brasília. A mudança repentina nos planos levou Alckmin a cancelar sua participação em eventos no interior de São Paulo para retornar à capital federal. O boletim médico mais recente, divulgado às 4h da manhã, informou que a cirurgia foi bem-sucedida e que novos boletins só serão emitidos em caso de intercorrências. A previsão é que Lula permaneça sob os cuidados intensivos da equipe médica e só volte a Brasília na próxima semana, após receber alta.