Os ministérios da Fazenda e do Planejamento anunciaram um aumento de R$ 15,8 bilhões no Orçamento da União, revertendo o contingenciamento de R$ 2,9 bilhões feito em março. Esse ajuste, divulgado no segundo relatório bimestral de avaliação de despesas e receitas do ano, visa avaliar a capacidade de gasto do Governo Federal.
A equipe econômica também revisou suas projeções de déficit primário, que passou de R$ 9,3 bilhões (0,1% do PIB) para R$ 14,5 bilhões. Embora ainda dentro da banda de tolerância da meta fiscal, o aumento no déficit indica uma maior pressão sobre as contas públicas. Esse déficit ampliado está relacionado, em parte, ao aumento de R$ 24,4 bilhões em despesas primárias e R$ 20,1 bilhões em despesas obrigatórias, incluindo R$ 13 bilhões destinados ao desastre ocorrido no Rio Grande do Sul.
Além disso, o aumento dos gastos foi facilitado pela retomada do seguro DPVAT, permitindo uma maior flexibilidade orçamentária. Em março, as estimativas de gastos já haviam ultrapassado o limite estabelecido de R$ 2,089 trilhões para 2024. O novo arcabouço fiscal condicionava a abertura de crédito suplementar a uma evolução positiva das receitas, que foi confirmada no segundo relatório bimestral. Essa liberação antecipada de despesas busca atender a emergências e demandas sociais urgentes, embora aumente o desafio de manter a disciplina fiscal.