Dados divulgados na quarta-feira (11) indicam que a soma das emissões realizadas por empresas, instituições financeiras e governos por meio de instrumentos como debêntures e ações totalizou R$ 290,5 bilhões no período em questão. Esse valor representa uma queda de 28% em comparação com o mesmo intervalo de 2022, quando as emissões alcançaram R$ 403,5 bilhões.
Os números revelam um declínio mais expressivo nas emissões de notas promissórias, que sofreram uma queda de 97,7%, totalizando R$ 100 milhões. Enquanto isso, as emissões de ações também registraram uma retração de 46,5%, chegando a R$ 29,3 bilhões. Esse declínio em particular foi influenciado, em parte, pela operação de privatização da Eletrobras (ELET3), que movimentou R$ 33,7 bilhões.
Outros instrumentos financeiros, como FIDCs (-34,1%) e debêntures (-30,2%), também apresentaram reduções nas emissões. Por outro lado, fundos imobiliários tiveram um crescimento de 23,3%, totalizando R$ 16,4 bilhões, e Fiagros aumentaram 46,9%, atingindo R$ 7,2 bilhões.
José Eduardo Laloni, vice-presidente da Anbima, destacou que a queda nas emissões pode refletir a turbulência inicial no mercado no início do ano, desencadeada pelo caso Americanas (AMER3), que pediu recuperação judicial em janeiro após detectar um déficit contábil de cerca de R$ 20 bilhões. No entanto, nos últimos meses, o mercado de emissões se estabilizou, como indicam os números de agosto e setembro, que já superaram os valores do mesmo período de 2022.
Laloni expressou otimismo para um futuro próximo das emissões de crédito privado, afirmando que “o cenário para emissões de crédito privado nos próximos meses é favorável.”
Quanto às ofertas iniciais de ações (IPO), o vice-presidente da Anbima preferiu não fazer previsões quanto ao prazo de retomada, afirmando que “neste nível de preço de bolsa, é mais desafiador para ter IPO,” e acrescentou que o “mercado de IPO se prepara para um bom momento que não sabemos quando vai ser.”