O vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou que o governo brasileiro buscará um diálogo com os Estados Unidos para minimizar os impactos das tarifas impostas ao aço e ao alumínio. A sobretaxa de 25%, anunciada pelo presidente Donald Trump, afeta diretamente as exportações brasileiras desses metais. Alckmin declarou que já acionou a embaixadora do Brasil nos EUA para iniciar negociações e sugeriu que um modelo baseado em cotas pode ser uma solução viável. “O caminho é o diálogo”, disse o vice-presidente ao ser questionado sobre possíveis medidas de retaliação.
Atualmente, o Brasil opera sob um sistema de cotas de exportação de aço semiacabado para os EUA, um modelo estabelecido em 2018 durante o primeiro governo Trump. O objetivo do governo brasileiro é renegociar essa modalidade para evitar impactos negativos na cadeia produtiva. Alckmin ressaltou que as tarifas impõem custos adicionais ao mercado americano, encarecendo produtos finais. Apesar da postura de Lula, que indicou a possibilidade de taxar produtos americanos, o vice-presidente evitou comentar sobre a aplicação de tarifas de retaliação.
Alckmin também destacou que as tarifas não foram uma medida exclusiva contra o Brasil, mas atingiram diversos países, e que os Estados Unidos mantêm um superávit de US$ 7,2 bilhões na relação comercial com o Brasil. Ele enfatizou que a tarifa média brasileira sobre produtos americanos é “baixíssima”, de apenas 2,7%. Enquanto o Governo Federal ainda discute alternativas, como a taxação de plataformas digitais, Alckmin defendeu que a solução deve ser negociada diretamente com os EUA, evitando uma guerra comercial que poderia prejudicar a indústria nacional.