O ministro do STF Alexandre de Moraes autorizou uma operação policial que aponta o círculo próximo ao ex-presidente Jair Bolsonaro como uma organização criminosa. A ação foi respaldada por argumentos apresentados pela Polícia Federal, que afirma ter encontrado indícios de atividades ilícitas no celular de um ex-auxiliar de ordens, bem como durante uma busca e apreensão anterior. Entre os atos atribuídos a essa suposta organização estão ataques virtuais, tentativas de minar instituições como o STF e o TSE, e ações destinadas a prejudicar o processo eleitoral.
A operação, realizada na última sexta-feira, tem como alvo indivíduos supostamente ligados ao ex-presidente. Segundo a Polícia Federal, esses indivíduos teriam atuado em cinco áreas principais, incluindo ataques virtuais contra opositores e contra as medidas sanitárias durante a pandemia. Também são acusados de utilizar a estrutura do Estado em benefício próprio. Além disso, são acusados de vender no exterior presentes de alto valor recebidos no exercício do cargo presidencial. Essas receitas, de acordo com a investigação, eram ocultadas por meio de mecanismos financeiros não convencionais.
O ministro Alexandre de Moraes, em sua decisão, respaldou a posição da Polícia Federal e manteve o caso no STF. Em sua análise, destacou a identificação de indícios que sugerem que pessoas próximas a Bolsonaro teriam desviado presentes de alto valor para posterior venda no exterior. Esses valores, convertidos em dinheiro, eram incorporados ao patrimônio pessoal do ex-presidente por meio de intermediários, numa tentativa de ocultar sua origem e propriedade.