Apesar das controvérsias envolvendo a Rússia no cenário internacional devido a alegações de crimes de guerra na Ucrânia, o governo de Lula (PT) tem desempenhado um papel fundamental na estabilização econômica russa por meio de parcerias econômicas estratégicas. As importações de diesel russo pelo Brasil aumentaram substancialmente nos primeiros sete meses de 2023, atingindo US$ 1,49 bilhão (R$ 7 bi), em comparação com os US$ 18,1 milhões (R$ 84,6 mi) do mesmo período do ano anterior. Esse crescimento é resultado tanto de iniciativas privadas quanto do apoio indireto do governo brasileiro, conforme mencionado pelo Itamaraty.
Apesar das divergências entre Lula e o presidente ucraniano Volodmir Zelensky, que acusou Lula de coincidir com as narrativas de Vladimir Putin, as relações econômicas entre o Brasil e a Rússia continuam a florescer. Mesmo em meio a tensões geopolíticas, a Rússia demonstrou interesse em buscar formas de reduzir a dependência do dólar nas transações comerciais, explorando a adoção de moedas locais. Essa abordagem foi discutida entre o chanceler russo, Sergey Lavrov, e o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, durante uma reunião dos Brics em junho.
Surpreendentemente, a Rússia emergiu como o quinto maior exportador de produtos para o Brasil nos primeiros meses de 2023, ultrapassando parceiros comerciais tradicionais. Isso indica um crescente processo de diversificação nas relações econômicas brasileiras e uma mudança no alinhamento internacional do Brasil, que historicamente tinha mantido uma posição de distância nos conflitos internacionais. A colaboração econômica entre Brasil e Rússia sob a liderança de Lula destaca o poder da cooperação em meio a contextos globais complexos. Em um cenário onde muitos países restringem relações com a Rússia, o gigante da Eurásia procura escapar das sanções internacionais por meio de parcerias com governos pouco interessados no fim da guerra.