Após diligencias, com quebras de sigilo telefônico, fiscal e bancário, a Polícia Federal também ouviu testemunhas com intuito de apurar se houve omissão por parte do Coronel Jorge Naime. O objetivo da investigação era identificar se o ex-chefe de operações especiais da PM-DF tinha conhecimento sobre a possibilidade de manifestações violentas no dia 8 de janeiro, se ele teria participado do planejamento de segurança e até mesmo sobre a possibilidade dele ter recebido dinheiro de financiadores da manifestação que terminou em atos de vandalismo.
De acordo com a defesa de Naime, o relatório da Polícia Federal concluiu que ele não teve responsabilidade, e seu indiciamento foi descartado. O coronel estava afastado de suas funções desde o dia 3 de janeiro, quando deu início a uma licença recompensa, após intenso trabalho no final do ano passado, até a posse do presidente Lula.
O relatório parcial já foi encaminhado a Procuradoria Geral da República, que ainda não se manifestou sobre o caso. O advogado de Naime, preso preventivamente a 6 meses, reforça que nada sendo apontado nas investigações da PF, não há motivo para ele continuar na prisão.
Na ultima sexta feira, a defesa entrou com um pedido de soltura do militar, com base nas informações do relatório.
“São 6 meses de prisão, sem que ele tenha sequer sido denunciado e nem mesmo há provas contra ele, por isso estamos na expectativa de que a PGR se manifeste nesta semana e ele possa finalmente voltar pra casa” desabafou a esposa Mariana Naime.