A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) lançou um edital oferecendo 80 vagas para um novo curso de Medicina em Caruaru, com início previsto para outubro de 2025. A iniciativa é voltada exclusivamente a beneficiários da reforma agrária, quilombolas e educadores do campo, por meio do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera).
O processo seletivo rompe com os modelos tradicionais de ingresso, como Enem e Sisu, e será baseado em uma redação presencial sobre temas rurais e na análise do histórico escolar. O edital também inclui ações afirmativas para grupos historicamente excluídos.
Entidades médicas reagiram com críticas, alegando que o modelo fere princípios de igualdade e pode comprometer a credibilidade acadêmica. A ausência de critérios nacionais foi apontada como um risco à qualidade da formação.
Na esfera política, o tema gerou embates. Enquanto o deputado Coronel Alberto Feitosa (PL) acusou o edital de favorecer o MST, a deputada Dani Portela (PSOL) defendeu a proposta como uma forma legítima de inclusão social, destacando o histórico do Pronera na formação de profissionais do campo.
O edital da UFPE para um curso de Medicina exclusivo a beneficiários da reforma agrária rompe com os critérios nacionais de seleção. Entidades médicas alertam para riscos à isonomia e à qualidade acadêmica. A seleção alternativa, baseada em redação e histórico escolar, levanta dúvidas sobre transparência e mérito. A medida, vista por alguns como politizada, reacende o debate sobre como equilibrar justiça social com rigor acadêmico, especialmente em áreas de alta exigência como a Medicina.









