Líderes do Partido dos Trabalhadores (PT) apontam os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), como responsáveis diretos por um movimento articulado para enfraquecer o governo Lula (PT). A recente derrubada do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), sem aviso prévio ao Planalto, é vista como um golpe estratégico que pode comprometer a tentativa de reeleição do petista em 2026. Segundo integrantes da cúpula governista, a medida compromete recursos destinados a programas do Governo Federal e configura uma ofensiva política.
Nos bastidores, petistas também acusam Alcolumbre de agir com interesses pessoais, ao articular a queda do IOF como forma de pressionar pela demissão do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD). Já Hugo Motta, segundo relatos internos, teria encerrado uma ligação com assessores do governo sem mencionar que o tema seria pautado na Câmara, contrariando práticas anteriores de negociação entre os Poderes. “Não se senta à mesa para negociar em posição de desvantagem”, declarou um interlocutor próximo a Lula mencionado pelo Metrópoles, sinalizando o fim temporário do diálogo com os dois parlamentares.
A tensão ocorre em meio à crescente rejeição do governo: levantamento do Instituto Paraná Pesquisas mostra que 56,7% dos brasileiros desaprovam a gestão Lula, enquanto apenas 39,8% aprovam. A pesquisa foi realizada entre os dias 18 e 22 de junho com 2.020 pessoas em todo o país, e tem margem de erro de 2,2 pontos percentuais. Mesmo com oscilação dentro da margem, o cenário preocupa lideranças governistas, que enxergam na crise com o Congresso uma ameaça real à sustentação política do petismo no poder.