A revista britânica The Economist publicou no último domingo (29) uma reportagem crítica que repercute mundialmente e destaca a crescente impopularidade de Lula (PT), além de apontar incoerências em sua política externa. O texto cita a nota do Itamaraty que condenou os ataques dos Estados Unidos ao Irã como “violação da soberania iraniana e do direito internacional”, posicionamento que colocou o país na contramão do restante do Ocidente. A publicação afirma que, enquanto outras democracias expressaram apoio ou cautela, o Brasil ficou sozinho ao adotar um tom agressivo contra Washington.
A reportagem aponta que o Brasil, sob Lula, tenta manter aparência de neutralidade no BRICS, mas tem se alinhado cada vez mais com regimes autoritários. A presença do Irã na próxima cúpula do grupo, marcada para julho no Rio de Janeiro, reforça essa guinada. A revista destaca que os diplomatas brasileiros preferem focar em temas menos controversos, como saúde e energia verde, e que o governo tenta evitar discussões sobre a substituição do dólar em transações comerciais, tema sensível para os Estados Unidos.
No cenário doméstico, a The Economist afirma que a popularidade de Lula despencou e que ele enfrenta um Congresso hostil, que recentemente derrubou um decreto presidencial sobre aumento de impostos, a primeira vez em mais de 30 anos que isso acontece. O texto também menciona a falta de diálogo com Javier Milei, a aproximação com Nicolás Maduro e o silêncio diante da crise no Haiti. Para a revista, o governo Lula carece de pragmatismo e está preso a ambições externas que não correspondem ao peso atual do Brasil no mundo.