Durante um ato promovido pelo chavismo em Caracas, o regime de Nicolás Maduro expressou apoio ao Irã e ao Hamas, ao mesmo tempo em que condenou duramente os recentes bombardeios dos Estados Unidos contra instalações nucleares iranianas. Batizada de “Grande marcha contra a guerra e a favor da paz”, a manifestação reuniu membros do alto escalão da ditadura venezuelana e contou com a presença do embaixador iraniano Ali Chegini. No palanque, Diosdado Cabello — identificado por órgãos internacionais como figura central do narcotráfico na Venezuela — discursou vestindo um keffiyeh, lenço característico usado por militantes do Hamas, afirmando que “Irã deu uma resposta em nome do mundo e na cara, para que aprendam a respeitar”.
O alinhamento entre Caracas e Teerã também foi evidenciado pela visita de militares venezuelanos à embaixada iraniana. Liderados pelo comandante Estratégico Operacional das Forças Armadas, GJ Domingo Hernández Lárez, os oficiais entoaram palavras de ordem como “viva Irã, viva Venezuela”, em vídeo divulgado por canais oficiais do regime. Durante o ato, Hernández Lárez acusou os Estados Unidos e Israel de conduzirem ações “hostis e arbitrárias” e exaltou o que chamou de resistência iraniana. O embaixador Chegini reforçou o apoio militar ao regime chavista, declarando ser “direito inerente da Venezuela possuir armamento suficiente para a defesa legítima”.
De acordo com informações divulgadas pela Resistência da Venezuela, o país governado por Maduro é atualmente o único no hemisfério — além dos EUA — com capacidade de fabricar drones de combate, utilizando tecnologia iraniana. A produção estaria concentrada em bases militares em Caracas, no estado de Aragua e na Ilha de Margarita. Desde 1999, mais de 320 acordos estratégicos foram firmados entre Irã e Venezuela, consolidando uma aliança que desperta crescente preocupação no Ocidente, especialmente pela proximidade com o território norte-americano.
