O Governo Federal anunciou nesta semana o congelamento de R$ 31,3 bilhões no orçamento de 2025, alegando aumento inesperado nos gastos com a Previdência Social. A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), afirmou que a elevação “acima das projeções das despesas com previdência” obrigou a adoção do bloqueio. Ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), Tebet destacou que a maior parte do acréscimo decorre de benefícios obrigatórios, como aposentadorias e o BPC (Benefício de Prestação Continuada), cuja alta superou os R$ 15 bilhões.
Apesar das declarações sobre contenção de despesas, o governo Lula (PT) tem demonstrado lentidão e até tem atrapalhado a instalação de uma CPMI para enfrentar o escândalo que envolve fraudes em aposentadorias e pensões, revelado há mais de um mês. A investigação apontou um desvio de pelo menos R$ 2,6 bilhões em descontos indevidos, mas até agora o Executivo não conseguiu identificar quantas vítimas foram lesadas nem os responsáveis diretos. Segundo dados oficiais, mais de 1,5 milhão de aposentados alegam não ter autorizado os descontos, o que coloca o INSS sob risco de ser responsabilizado em parceria com entidades sindicais.
A resposta oficial continua vaga. O advogado-geral da União, Jorge Messias, prometeu ressarcimento integral às vítimas durante pronunciamento em rede nacional, mas não apresentou prazos ou medidas concretas. Questionado sobre a lentidão do processo, Messias culpou a tentativa de criação de uma CPMI no Congresso, insinuando que a apuração legislativa poderia “atrapalhar” a devolução dos valores.