O Partido dos Trabalhadores (PT) anunciou que utilizará cédulas de papel auditáveis nas eleições internas marcadas para 6 de julho. A decisão foi tomada após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informar que não poderia garantir o empréstimo de urnas eletrônicas em todos os estados. Para garantir uniformidade nacional no processo, a sigla optou pelo modelo impresso, com contagem manual dos votos, o que na prática permitirá a rastreabilidade dos resultados — uma exigência frequentemente defendida por setores que pedem maior transparência eleitoral.
A mudança contrasta com a postura que o próprio PT adotou em 2021, quando atuou para derrubar no Congresso a PEC do Voto Impresso, proposta que previa a emissão de comprovantes físicos conferíveis pelo eleitor. Na época, o partido e seus aliados alegaram que a medida era desnecessária e que colocaria em risco a credibilidade do sistema eletrônico. Agora, em seu próprio processo de escolha de lideranças, a legenda opta por uma via que permite auditoria completa e controle físico dos votos.
A eleição definirá os novos dirigentes do partido em todo o Brasil. O ex-prefeito de Araraquara, Edinho Silva, é o favorito ao comando nacional da legenda, contando com o apoio de Lula (PT) e da maior corrente interna petista. Outros quatro nomes também concorrem: Rui Falcão, Romênio Pereira, Valter Pomar e Dani Nunes. “Como o TSE não consegue fornecer urnas eletrônicas em todos os estados, chegamos à conclusão de que é melhor fazer com cédulas para ficar igual no Brasil inteiro”, afirmou Henrique Fontana, secretário-geral do partido, ao G1.