Os Estados Unidos deflagraram uma operação de inteligência voltada ao combate ao terrorismo islamista na região de Foz do Iguaçu (PR), na tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai. O governo americano, por meio do programa Recompensas por Justiça, está oferecendo até US$ 10 milhões (cerca de R$ 56 milhões) por informações que ajudem a desarticular a rede de financiamento do grupo Hezbollah, que atua na América do Sul. A medida visa atingir fontes de receita, facilitadores financeiros e empresas ligadas à organização, considerada terrorista por Washington.
A operação foi impulsionada após a Polícia Federal, com apoio do serviço secreto de Israel (Mossad), prender dois suspeitos ligados ao Hezbollah em 2024 que estariam planejando atentados contra alvos judaicos em território brasileiro. De acordo com as investigações, há indícios de que os envolvidos atuavam levantando informações sobre sinagogas e centros israelitas. Além disso, já em 2018, o libanês Assad Ahmad Barakat foi preso em Foz do Iguaçu sob acusação de lavar dinheiro para o grupo por meio de cassinos na Argentina. A tríplice fronteira, conhecida pelo fluxo intenso e pouco controlado de mercadorias, se tornou um ambiente propício para a atuação de redes criminosas que abastecem o terrorismo no exterior.
Apesar das evidências levantadas pelas agências americanas e israelenses, o governo brasileiro, sob a gestão de Lula (PT), continua se recusando a reconhecer oficialmente o Hezbollah como organização terrorista, o que pode dificultar a cooperação internacional. Especialistas apontam que a postura do Planalto tem sido marcada por ambiguidade, mesmo diante de investigações que sugerem a atuação direta de membros do grupo na América do Sul.