Em pronunciamento em rede nacional,Lula da Silva (PT) defendeu a redução da jornada de trabalho de seis dias por um de descanso, conhecida como escala 6×1, reforçando a necessidade de “aprofundar o debate” sobre o tema. A fala, feita na véspera do Dia do Trabalhador, foi interpretada por opositores como uma tentativa de desviar a atenção das recentes denúncias de fraudes no INSS. Lula destacou que seria um “passo importante” para o bem-estar dos trabalhadores, mas não detalhou como o governo arcaria com os impactos econômicos da medida.
Apesar de a proposta ser de autoria da deputada Erika Hilton (PSOL-SP), parlamentares de partidos de centro e direita, como PL, MDB e União Brasil, assinaram a PEC para viabilizar sua tramitação. No entanto, o apoio foi atribuído mais à pressão pública nas redes sociais do que à convicção no mérito do projeto. “Vamos entrar no jogo para ver como o governo vai se virar para pagar essa conta”, afirmou Elmar Nascimento (BA), líder do União Brasil, ao O Globo, criticando o despreparo do governo para lidar com o ônus fiscal da medida.
A presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), atualmente sob comando de Caroline de Toni (PL-SC), dificilmente avançará com a PEC ainda neste mandato. Aliados de Elmar Nascimento, cotado para assumir a CCJ, apontam que ele não deve priorizar o tema, devido ao seu perfil liberal. Enquanto isso, líderes da oposição, como Hugo Motta (Republicanos), alertam para o impacto econômico da proposta e criticam o uso de pautas populistas sem base orçamentária. “Não dá para ficar vendendo sonho sabendo que esse sonho não vai se realizar”, concluiu Motta.
