Produtos chineses estão sendo rotulados como se fossem fabricados na Coreia do Sul para burlar tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos. De acordo com o Serviço Aduaneiro sul-coreano, apenas no primeiro trimestre de 2025 foram identificadas irregularidades no valor de 29,5 bilhões de wons (cerca de US$ 20,8 milhões), sendo que 97% dessas remessas tinham como destino o mercado norte-americano. As fraudes ocorrem em meio às pesadas sanções aplicadas por Donald Trump contra produtos chineses, que hoje enfrentam taxação de até 145%.
Entre os casos apurados, estão materiais usados em baterias, inicialmente fabricados na China, mas enviados aos EUA como se fossem produtos coreanos, além de câmeras de vigilância que chegaram desmontadas da China e foram remontadas na Coreia para disfarçar sua verdadeira origem. Tais práticas visam contornar as barreiras comerciais impostas por Washington, que aumentaram expressivamente desde o retorno de Trump à presidência. O governo sul-coreano destacou que essa manobra tem sido usada principalmente por empresas estrangeiras tentando escapar das regulamentações comerciais dos EUA.
A resposta do governo sul-coreano incluiu a criação de uma força-tarefa dedicada a coibir as exportações ilegais e proteger suas empresas. “Estamos elaborando medidas mais específicas para enfrentar essas práticas e garantir a integridade das exportações coreanas”, afirmou um porta-voz do Serviço Aduaneiro. A Coreia do Sul, o Japão e a China também vêm discutindo ações conjuntas contra as sanções dos EUA, além de negociarem um tratado de livre comércio regional para fortalecer sua posição econômica.
