O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, propôs neste domingo (20) ao regime chavista de Nicolás Maduro uma troca direta de detidos: 252 venezuelanos deportados dos EUA e presos em solo salvadorenho seriam enviados de volta à Venezuela, desde que o governo de Caracas liberte um número equivalente de opositores mantidos como presos políticos. A sugestão foi publicada pelo próprio Bukele na rede X, e contempla figuras de destaque como Rafael Tudares, genro do candidato Edmundo González, e a mãe de María Corina Machado. “A única razão pela qual estão presos é por terem se oposto ao senhor e aos seus fraudes eleitorais”, declarou o salvadorenho em sua mensagem.
Os venezuelanos sob custódia em El Salvador chegaram ao país após serem deportados pelos Estados Unidos, sob a alegação de ligação com gangues como o Tren de Aragua, no contexto da política anti-imigração conduzida por Donald Trump. A medida, contudo, foi temporariamente suspensa pela Suprema Corte americana. Apesar disso, Bukele, que mantém uma linha dura contra organizações criminosas, reforçou que sua proposta é de natureza “humanitária”, ao mesmo tempo em que destacou o caráter não violento dos opositores de Maduro: “Diferente dos nossos detidos… os seus presos políticos não cometeram nenhum crime”.
Além dos venezuelanos, Bukele mencionou a presença de quase 50 detidos de outras nacionalidades, incluindo cidadãos dos Estados Unidos, Alemanha e França, sugerindo que estes também poderiam ser incluídos no eventual acordo. O plano prevê o envio de uma carta formal à Venezuela via Ministério das Relações Exteriores de El Salvador. Maduro, até o momento, não se pronunciou. O episódio ocorre em meio a críticas à Casa Branca por sua conduta nas deportações, com o caso do salvadorenho Kilmar Ábrego, deportado por erro administrativo, ganhando destaque internacional após visita de um senador democrata.