O ex-governador de São Paulo João Doria afirmou que hoje se vê como um agente de pacificação política no Brasil, ao declarar que já foi “duro demais” com Lula (PT) em disputas anteriores. Ao se autodenominar “João o Pacificador”, Doria indicou que está afastado da política e que não pretende retornar à vida pública, apesar de ainda manter posições críticas ao atual Governo Federal. “Eu não tenho nenhuma dificuldade de reconhecer os meus erros e pedir desculpas por eles. Ninguém fica menor por pedir desculpas”, disse.
Apesar do tom conciliador em relação a Lula, Doria não deixou de apontar problemas graves na gestão petista, sobretudo na condução da política econômica. Segundo ele, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), buscou diálogo com o setor privado, mas acabou desautorizado por membros do próprio PT. “Foi atacado dentro do próprio partido de Lula, o que é uma situação bizarra”, declarou.
Doria também lamentou o esvaziamento político do PSDB, legenda à qual foi filiado por mais de duas décadas, e disse não manter mais contato com suas lideranças. Fundador do Lide, grupo que articula lideranças empresariais, ele reforçou que segue em contato constante com o setor produtivo, que demonstrou perplexidade diante das recentes medidas protecionistas de Donald Trump nos Estados Unidos. Segundo ele, as ações foram “mal formuladas e mal planejadas”, gerando instabilidade global, inclusive para o Brasil.
