O governo dos Estados Unidos confirmou que enviará de volta à Venezuela cerca de 600 mil imigrantes ilegais, incluindo membros do grupo criminoso Tren de Aragua. O anúncio foi feito pelo presidente Donald Trump, que afirmou que Caracas aceitou receber seus cidadãos deportados. Segundo Trump, “é muito bom ter os reféns de volta para casa e, muito importante, que a Venezuela tenha aceitado receber todos os estrangeiros ilegais de seu país que estavam acampados nos EUA”.
Diante da grave crise econômica e da repressão política sob o regime de Nicolás Maduro, muitos dos deportados podem buscar outros destinos após o retorno forçado. Países como Brasil e Argentina, que não exigem visto de entrada para venezuelanos, estão entre os principais candidatos a receber essa nova leva de imigrantes. Isso pode agravar ainda mais a já sobrecarregada rede de assistência social e os desafios na gestão migratória, especialmente no Brasil, onde o governo Lula mantém uma postura de fronteiras abertas, mas não garante que irá receber venezuelanos por muito tempo.
A deportação dos venezuelanos ocorreu após uma negociação entre o governo Trump e Caracas, que também resultou na libertação de seis americanos presos na Venezuela. O enviado especial dos EUA, Richard Grenell, viajou a Caracas com o objetivo de garantir que Maduro aceitasse os voos de deportação e libertasse os detidos. O governo dos EUA reforçou que essa foi uma medida para pressionar a ditadura venezuelana, enquanto a Casa Branca afirmou que não há qualquer reconhecimento de Maduro como líder legítimo do país.